Saúde / Plano de saúde / ANS propõe plano de saúde mais barato, mas com cobertura limitada

Novo modelo será testado por dois anos e mira público que hoje recorre a clínicas populares; proposta recebe críticas de especialistas e do MPF.

Saúde / Plano de saúde / ANS propõe plano de saúde mais barato, mas com cobertura limitada
📸 AdobeStock

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) propôs um novo modelo de plano de saúde de baixo custo e com cobertura restrita, voltado exclusivamente para pessoas físicas. O projeto será operado, de forma experimental, por dois anos, através de um sandbox regulatório.


O modelo prevê cobertura apenas para consultas eletivas e exames previstos no rol da ANS, ficando de fora atendimentos de urgência, internações e terapias. A intenção, segundo a agência, é ampliar o acesso a cuidados básicos e aliviar a demanda por atendimentos simples no Sistema Único de Saúde (SUS).


O produto será ofertado na modalidade coletiva por adesão, com coparticipação de 30%. Também prevê bonificações para beneficiários que participarem de programas de cuidado e prevenção.


Destinado à chamada “3ª via” da saúde, o plano mira um público que atualmente recorre a clínicas populares ou a cartões de desconto. A ANS reforçou que o produto não se configura como um plano convencional e que não haverá portabilidade de carências para outros modelos.


A proposta foi submetida à consulta pública e está em análise pela diretoria colegiada da agência.


Críticas e controvérsias


Apesar do potencial de ampliar o acesso, a proposta recebeu críticas. O Ministério Público Federal (MPF) apontou a ausência de uma Análise de Impacto Regulatório (AIR), considerada essencial para avaliar riscos e efeitos da medida.


Especialistas também demonstraram preocupação com a cobertura restrita e possíveis efeitos negativos sobre o SUS, além de questionarem a eficácia do modelo diante dos reais desafios da saúde suplementar, como os reajustes abusivos e a negativa de cobertura.


A ANS, por sua vez, defende que a proposta é uma alternativa experimental para testar novas formas de prestação de serviços, sem comprometer os direitos garantidos nos planos tradicionais.

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