Brasil | Mega Operação no Rio de Janeiro | Megaoperação no Rio é a mais letal desde 2021: 64 mortos e 75 feridos
Ação conjunta nos complexos da Penha e do Alemão mobilizou 2,5 mil policiais civis e militares. Entre os mortos há agentes de segurança e suspeitos vindos de outros estados, incluindo a Bahia.
															A megaoperação policial realizada nesta terça-feira (28) nos complexos da Penha e do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro, é considerada a mais letal desde 2021 e uma das maiores da história recente da segurança pública fluminense. A ação mobilizou cerca de 2,5 mil policiais civis e militares com o objetivo de prender lideranças criminosas e impedir o fortalecimento do Comando Vermelho.
De acordo com informações divulgadas pelas autoridades, pelo menos 64 pessoas morreram e 75 foram baleadas durante os confrontos. Entre as vítimas estão dois policiais civis e dois militares. A Polícia Civil chegou a pedir, por meio das redes sociais, doações de sangue para os agentes feridos.
A operação superou em letalidade a ação no Jacarezinho, em 2021, que resultou em 28 mortes e foi classificada como uma chacina. Segundo fontes da segurança pública, entre os mortos há suspeitos vindos de outros estados, inclusive da Bahia.
Mais de 100 pessoas foram presas, incluindo integrantes de uma facção criminosa do Pará que estariam escondidos no Rio. Foram apreendidos 70 fuzis, além de pistolas e granadas.
Durante a operação, barricadas e incêndios foram registrados em diversos pontos da cidade. Vias importantes, como a Grajaú-Jacarepaguá, ficaram interditadas. O município entrou em estágio 2 de atenção, devido ao risco de novas ocorrências de alto impacto.
De acordo com a Rio Ônibus, mais de 120 linhas de transporte coletivo tiveram os itinerários alterados. O policiamento foi reforçado nas ruas e rodovias, incluindo a BR-101, em São Gonçalo, na região metropolitana.
O governador Cláudio Castro pediu reforço federal diante da escalada da violência:
“Essa é uma guerra que está passando dos limites de onde o Estado deveria estar sozinho defendendo. Nós deveríamos ter um apoio muito maior, talvez até das Forças Armadas. Essa luta já extrapolou a ideia de segurança pública”, declarou.
Cerca de 50 escolas suspenderam as aulas, incluindo unidades da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e Universidade Federal Fluminense (UFF).
A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Alerj informou que acompanha “com extrema preocupação” a escalada de violência e vai cobrar explicações do Ministério Público, da Polícia Civil e da Polícia Militar sobre as circunstâncias da ação.
A operação teve repercussão nacional e internacional, sendo destaque em veículos como Reuters e El País.
Em nota, o Ministério da Justiça e Segurança Pública afirmou que desde 2023 atua no Rio por meio da Força Nacional de Segurança Pública, atendendo aos pedidos do governo estadual. A nota destaca que, somente em 2025, a Polícia Federal realizou 178 operações no estado, com mais de 200 prisões.
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