Micareta de Feira | Arrastão da segunda-feira | Debate sobre o futuro do arrastão da Micareta movimenta programa Levante a Voz

Empresários e vereadores discutem manutenção ou extinção da segunda-feira pós-festa; tema divide opiniões em Feira de Santana

Micareta de Feira | Arrastão da segunda-feira | Debate sobre o futuro do arrastão da Micareta movimenta programa Levante a Voz
📸Mayara Naylanne

O programa Levante a Voz, da Rádio Sociedade News FM 102.1, promoveu neste sábado (11) um intenso debate sobre a extinção ou manutenção do arrastão da segunda-feira pós-Micareta de Feira de Santana. Participaram da discussão o empresário Antônio Diggs, do segmento de produção de eventos, e os vereadores Galeguinho SPA e Augusto da Conceição (Lulinha).

O arrastão, criado em 2023 por iniciativa do cantor Thiago Aquino, se tornou um dos momentos mais populares da festa, reunindo multidões e homenageando trabalhadores como garis e motoboys. No entanto, a proposta de oficializar o evento por lei gerou divergências no meio político e empresarial.

Defesa da tradição e impacto social

O vereador Lulinha, autor do projeto de lei que pretende incluir o arrastão no calendário oficial do município, defendeu a continuidade da celebração. Segundo ele, o evento não prejudica o comércio e representa um gesto de valorização do povo e dos pequenos trabalhadores.

“Essa festa é um momento de alegria para quem não consegue curtir os quatro dias da Micareta porque está vendendo, trabalhando. O arrastão começa cedo e termina antes do comércio abrir. É uma oportunidade para todos participarem e movimentarem a economia popular”, afirmou Lulinha.

O parlamentar também destacou que o ponto facultativo municipal mantém os órgãos públicos fechados até o meio-dia na segunda-feira, o que, em sua visão, evita prejuízos ao setor comercial.

Mudança de data e foco na profissionalização

O empresário Antônio Diggs apresentou uma posição mais cautelosa. Ele defende que o ano de 2026, quando a Micareta será realizada em novembro, exige um “foco total” na reestruturação e profissionalização do evento, sem a inclusão de novos dias festivos.

“A mudança da Micareta de abril para novembro precisa ser tratada com responsabilidade e diálogo. Não somos contra o arrastão, mas qualquer decisão deve ser amplamente discutida. A festa precisa ser planejada com antecedência para atingir o nível de profissionalismo que Feira de Santana merece”, argumentou

Visão cultural e artística

Já o vereador e músico Galeguinho SPA ressaltou o papel cultural do arrastão e o impacto positivo para os artistas locais.

“O arrastão é um espaço democrático e gratuito, onde muitos artistas da cidade têm a chance de se apresentar. É um reflexo da nossa cultura, da força dos bairros e da alegria popular. Tirar esse momento é ignorar a essência da Micareta”, declarou.

SPA também cobrou que o planejamento da festa não se concentre apenas às vésperas do evento, mas que seja pensado ao longo de todo o ano, à semelhança do Carnaval de Salvador.

Divisão de opiniões e proposta de audiência pública

Durante o programa, os convidados concordaram sobre a importância de ampliar o debate. Lulinha sugeriu que a Câmara Municipal realize uma audiência pública para ouvir representantes da cultura, comércio, artistas e ambulantes antes da votação final do projeto de lei.

“O que não pode é uma decisão sair de cima pra baixo, sem escutar quem vive a festa”, reforçou Antônio Diggs.

O debate terminou com a promessa de que novas discussões ocorrerão nos próximos dias, especialmente diante da mudança histórica da data da Micareta para novembro de 2026.


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