Educação | Alfabetização e Mobilização | Feira lança pacto pela alfabetização com união entre poder público e sociedade
Mobilização envolve escolas, famílias, universidades, empresas e personalidades locais para garantir que todas as crianças aprendam a ler e escrever na idade certa
Feira de Santana deu um passo importante na luta pela educação de qualidade. Foi lançado, nesta segunda-feira (22), o Pacto Feira pela Alfabetização, iniciativa da Secretaria Municipal de Educação que reúne escolas, sociedade civil, universidades, empresas, famílias e lideranças locais em um movimento coletivo para garantir que todas as crianças do município estejam alfabetizadas na idade certa.

O pacto nasce diante de um cenário preocupante. Dados recentes mostram que apenas 40% das crianças matriculadas no 2º ano dominam a leitura e 20% alcançam o nível esperado em matemática. O secretário de Educação e vice-prefeito, Pablo Roberto, reforça que os números exigem respostas urgentes:
“Nenhum cidadão que acompanha a educação de Feira de Santana pode estar satisfeito com esses resultados. Por isso, buscamos experiências em outras cidades e entendemos que só teremos mudanças reais quando a sociedade civil participar ativamente. Esse é um programa da cidade, e não apenas da Secretaria. A ideia é que todos somem esforços para mudar essa realidade”, destacou.

O prefeito José Ronaldo também defendeu a mobilização conjunta como fator decisivo para transformar os indicadores educacionais:
“Infelizmente, o poder público sozinho não resolve. Onde a sociedade participa, a educação melhora. Não podemos aceitar que uma criança chegue ao 4º ano sem saber ler e escrever. Queremos que no 2º ano já domine a leitura. Essa causa precisa ser de todos: família, colégios, universidades, igrejas, imprensa. Feira precisa se unir para alfabetizar todas as suas crianças.”
Entre os destaques do pacto, estão a implementação do programa Sabadou – aulas de reforço intensivo aos sábados –, a busca ativa de alunos em risco de evasão, a formação continuada de professores, além da valorização de boas práticas escolares.

Embaixadores da educação
Um dos pontos fortes do movimento é a criação de uma rede de embaixadores da educação, personalidades locais de diferentes áreas que vão apoiar, divulgar e se engajar nas ações do pacto. A jornalista Lília Campos, escolhida como uma das embaixadoras, destacou o compromisso coletivo necessário:
“É um orgulho estar entre os embaixadores. A alfabetização é fundamental para o futuro das crianças. Mas não é responsabilidade só da escola ou da prefeitura. Os pais precisam acompanhar de perto, incentivar, olhar os deveres. Todos nós temos que ajudar.”

Voz das escolas
Na ponta, professores e gestores reconhecem o desafio e a importância da iniciativa. A diretora Michele Lustosa e a professora Plácida Emília, representantes da rede municipal, ressaltaram que o pacto pode trazer novas possibilidades para as crianças das comunidades mais vulneráveis:
“As crianças da periferia enfrentam grandes dificuldades porque muitas vezes não têm repertório de palavras ou acesso a experiências que ampliem seu conhecimento. Esse pacto chega para oferecer novas formas de inserir essas crianças no mundo da leitura e da escrita”, afirmaram.
Mobilização coletiva
O prefeito e o secretário de Educação reforçaram que a campanha é aberta. Igrejas, empresas, universidades e associações já começaram a procurar a Seduc para colaborar. Influenciadores, empresários e lideranças comunitárias estão sendo convidados para levar atividades, palestras e ações de incentivo à leitura nas escolas e espaços públicos.
Com o lançamento do pacto, Feira de Santana dá início a uma mobilização inédita pela alfabetização. O desafio é grande, mas a expectativa é que, com união de forças, a cidade possa se tornar referência nacional na educação básica.




Fotos: Onildo Rodrigues
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