Saúde | Negros e indígenas perdem mais anos de vida por dengue e chikungunya, aponta estudo da Fiocruz
Pesquisa publicada na revista The Lancet mostra que desigualdades sociais e raciais ampliam impacto das doenças; em alguns casos, expectativa de vida é reduzida em até 22 anos

Negros e indígenas perdem, em média, mais anos de vida devido à dengue e à chikungunya. É o que revela um novo estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), publicado este mês na revista internacional The Lancet Regional Health – Americas, dedicada à prática clínica e políticas de saúde nas Américas.
Segundo a pesquisa, enquanto negros são os que mais sofrem perda de anos de vida por causa da chikungunya, os indígenas são os mais impactados pela dengue. Em ambos os casos, a redução chega a 22 anos antes da expectativa de vida, contra 13 anos entre pessoas brancas.
O líder do estudo, Thiago Cerqueira Silva, explica que os dados evidenciam como barreiras de gênero, raça e classe social ampliam os efeitos das doenças. A análise utilizou registros do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), envolvendo mais de 13 milhões de casos de dengue e 1 milhão de chikungunya, entre 2015 e 2024.
Regiões mais afetadas
• Jovens do Norte e do Nordeste concentram as maiores perdas de anos de vida.
• Sergipe aparece como estado mais afetado negativamente, especialmente em relação à dengue.
Grupos vulneráveis
• Crianças menores de 1 ano
• Idosos
• Pessoas com doenças pré-existentes
Os pesquisadores reforçam que, embora políticas nacionais de combate à dengue e chikungunya apresentem resultados positivos na média, é necessário direcionar ações específicas para reduzir os impactos em negros, indígenas e populações de maior vulnerabilidade social.
Fonte: Agência Brasil
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