Seletividade alimentar | Inclusão escolar | Lei de São Paulo sobre seletividade alimentar inspira debate em Feira de Santana
Pais e especialistas defendem que alunos autistas e neurodivergentes tenham direito de levar o próprio alimento para a escola, garantindo inclusão e respeito às necessidades individuais
															Uma nova lei sancionada em São Paulo (Lei nº 18.182/2025) garante às crianças com deficiência ou transtornos do neurodesenvolvimento, como autismo e TDAH, o direito de levar seu próprio alimento para a escola. A medida respeita a chamada seletividade alimentar, comum nesses alunos, além de prever adaptações como permitir andar descalço em casos de sensibilidade nos pés e substituir sinais sonoros altos que possam causar crises sensoriais.

Em Feira de Santana, o tema já desperta atenção de famílias e especialistas. O pai atípico Jaquilenio Félix relata que, no caso do filho, a escola tem mostrado compreensão, mas reconhece que a realidade não é igual em toda a rede de ensino:
“Se a escola não permitir que a criança leve o alimento que ela aceita, muitas vezes ela vai ficar sem lanchar. Isso é típico do neurodivergente. Uma lei como essa traria um entendimento amoroso e ajudaria muito no dia a dia das famílias”, destacou.

Já a psicóloga Iara Maria da Cruz, especialista em educação inclusiva, reforça que a seletividade alimentar não é “frescura”, mas uma condição que precisa ser respeitada. Segundo ela, as escolas enfrentam desafios porque muitas vezes não têm formação adequada ou profissionais preparados para lidar com esse público:
“A seletividade alimentar está ligada a fatores sensoriais, como textura, cor ou rigidez na rotina. Há ainda casos de intolerância, que podem gerar sérias complicações à saúde. Por isso, a lei é fundamental. Não é só sobre alimentação: é sobre garantir inclusão de fato”, explicou.
Para a especialista, a efetivação de leis como a aprovada em São Paulo pode ajudar não apenas no aspecto alimentar, mas também em outras adaptações necessárias à vida escolar de alunos neurodivergentes.
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