Saúde | Câncer de ovário | Anvisa aprova Elahere (mirvetuximabe soravtansina) — novo tratamento contra câncer de ovário resistente à platina

Medicação pode reduzir progressão da doença em até 35% e traz nova esperança para pacientes com poucas opções terapêuticas

Saúde | Câncer de ovário | Anvisa aprova Elahere (mirvetuximabe soravtansina) — novo tratamento contra câncer de ovário resistente à platina
📸 Marcelo Camargo/Agência Brasil

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou um novo tratamento para pacientes com câncer de ovário resistente à quimioterapia à base de platina. O medicamento, mirvetuximabe soravtansina — comercializado como Elahere — representa um avanço inédito ao enfrentar casos em que as opções convencionais se esgotam.

Eficácia comprovada por estudos internacionais

A aprovação pela Anvisa foi embasada em evidências clínicas robustas. Estudos de fase 3 demonstraram que o uso do medicamento reduziu em 35% o risco de progressão da doença e em 33% o risco de morte, em comparação à quimioterapia convencional. Os resultados foram divulgados na revista New England Journal of Medicine e apresentados na Reunião Anual da Sociedade de Oncologia Ginecológica nos Estados Unidos. 

Além disso, um estudo clínico com mais de 450 participantes mostrou que Elahere prolongou a sobrevida global, com média de 16,5 meses, contra 12,7 meses com quimioterapia padrão. Também houve melhora na sobrevida livre de progressão da doença.  

Histórico de aprovações internacionais

Antes da Anvisa, o medicamento já havia recebido sinal verde das principais agências regulatórias: o FDA (EUA) e a EMA (União Europeia) aprovaram o uso em 2024, consolidando sua eficácia e segurança. 

O que isso representa para o Brasil

Segundo estimativa do INCA (Instituto Nacional de Câncer), o Brasil registra cerca de 7,3 mil novos casos de câncer de ovário por ano, uma doença frequentemente diagnosticada tardiamente e com alto índice de recorrência após o tratamento inicial. 

A chegada de Elahere ao mercado nacional representa uma mudança significativa no manejo de uma doença com tradicional limitação terapêutica. Agora, pacientes com tumores que expressam o receptor de folato alfa (FRα) poderão acessar uma alternativa eficaz, potencialmente transformadora no curso da doença.

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