Saúde da mulher | Menopausa: sintomas vão além dos ovários e afetam a vida de milhões de brasileiras

Dra. Daniela Jones, do Hospital da Mulher em Feira de Santana, alerta que os sinais ultrapassam a saúde ginecológica e envolvem também questões emocionais e neurológicas

Saúde da mulher | Menopausa: sintomas vão além dos ovários e afetam a vida de milhões de brasileiras
📸Onildo Rodrigues

Ondas de calor, insônia, irritabilidade, ansiedade, perda de libido e até mudanças no humor. Esses são alguns dos mais de 70 sintomas que podem marcar a chegada da menopausa. O tema, ainda cercado de tabus, foi abordado pela ginecologista Dra. Daniela Jones, do Hospital da Mulher, em entrevista realizada ao portal ConectadoBahia.com.br.

Segundo a médica, a menopausa é diagnosticada apenas após 12 meses consecutivos sem menstruação, mas os sintomas começam antes, na chamada perimenopausa, fase que pode trazer irregularidade menstrual, alterações emocionais e sinais físicos intensos.

“Os principais sintomas são as ondas de calor, a insônia e a irritabilidade. Muitas vezes a mulher chora sem motivo aparente, mesmo quando a vida está bem. Também pode haver ressecamento vaginal, dor nas relações e queda da libido”, explicou a ginecologista.

A especialista destaca que os efeitos da menopausa não se restringem ao aparelho reprodutivo. O cérebro é diretamente impactado pela queda hormonal.

“A ordem para a primeira e a última menstruação vem do cérebro. Quando os hormônios caem, isso afeta o sistema nervoso, os vasos sanguíneos e praticamente todo o corpo da mulher”, detalhou.

Outro alerta feito pela médica diz respeito ao risco de gravidez. Mulheres que ainda menstruam, mesmo próximas da menopausa, podem engravidar caso não utilizem métodos contraceptivos adequados.

Tratamento e qualidade de vida

O Hospital da Mulher, em Feira de Santana, mantém um ambulatório especializado no climatério, que oferece acompanhamento e tratamento individualizado. A terapia hormonal pode ser indicada em alguns casos, trazendo benefícios como alívio dos fogachos, melhora emocional e prevenção da osteoporose.

Entretanto, nem todas as mulheres podem receber hormônio. Pacientes com histórico de câncer de mama, doenças hepáticas ou trombose, por exemplo, precisam de alternativas.

“É preciso avaliação cuidadosa. O que serve para uma paciente pode não servir para outra. Mas a boa notícia é que existem opções, inclusive para quem não pode usar hormônios”, frisou a doutora.

Apesar dos desafios, a ginecologista lembra que a menopausa também pode ser vivida de forma positiva.

“Algumas mulheres enxergam essa fase como libertadora, já que não há mais preocupação com gravidez. Pode ser um período de tranquilidade, sabedoria e até mais segurança nos relacionamentos”, concluiu.


Fotos: Onildo Rodrigues 


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