Feira de Santana | Déficit preocupa | Déficit de agentes de endemias preocupa sindicato em Feira de Santana: “Estamos no limite”

Presidente do sindicato alerta para risco de colapso nas ações de combate à dengue e cobra nova convocação de aprovados em concurso público: “Hoje temos menos de 80 efetivos; o ideal seria 450”

Feira de Santana | Déficit preocupa |  Déficit de agentes de endemias preocupa sindicato em Feira de Santana: “Estamos no limite”
📸Onildo Rodrigues

O presidente do Sindicato dos Agentes de Endemias de Feira de Santana, Roberto de Carvalho, fez um alerta contundente na manhã desta segunda-feira (4), durante participação em um evento que tratava da convocação de aprovados no último concurso público. Apesar da expectativa pela nomeação de novos agentes de combate às endemias, apenas os agentes comunitários de saúde foram convocados, o que gerou frustração na categoria.


“Infelizmente, convocaram só os agentes comunitários. Houve uma pergunta muito bem colocada por um repórter sobre o déficit de profissionais no município. O prefeito alegou não ter conhecimento, mas o sindicato já enviou este ano um documento oficial informando toda a carência existente”, afirmou Roberto.


De acordo com o dirigente, Feira de Santana necessita de aproximadamente 450 agentes de combate às endemias para atender a todas as campanhas exigidas pelo Ministério da Saúde e pelo censo populacional. No entanto, atualmente o município conta com menos de 80 servidores efetivos em atuação.


“Muitos se aposentaram, outros morreram ou estão afastados por motivos de saúde. Além disso, parte da força de trabalho atual é composta por contratos temporários que se encerram no ano que vem. A situação é crítica e exige uma convocação urgente”, completou.


Roberto de Carvalho reforçou que a categoria já havia alertado, desde o início do processo seletivo, que as 60 vagas disponibilizadas eram insuficientes. O sindicato cobra que novas convocações ocorram gradualmente até completar o quadro ideal de agentes.


“A gente espera que convoquem mais 60, depois mais 60, até completar a equipe. O município precisa. A gestão ainda é nova, talvez o prefeito não tenha todas as informações, mas é necessário agir com urgência”, disse.


Risco de colapso em plena temporada de chuvas


O sindicalista também fez um alerta sobre os meses críticos que se aproximam, com aumento dos casos de dengue e outras arboviroses. “Setembro, outubro e novembro são meses de maior proliferação de mosquitos. Se não houver reforço no quadro, a responsabilidade por possíveis surtos será de quem?”, questionou.


Segundo Roberto, o trabalho dos agentes envolve visitas domiciliares a cada três meses, aplicação de larvicida, eliminação mecânica de criadouros e orientação à população. “Mesmo com número reduzido de profissionais, conseguimos cumprir metas, mas é um verdadeiro milagre. Os poucos que estão na ativa são verdadeiros heróis, carregando o programa de endemias nas costas”, destacou.


Cobranças e avanços parciais


O sindicato também vem cobrando melhorias estruturais há mais de quatro anos, como fornecimento de equipamentos e ferramentas de trabalho. De acordo com Roberto, o município tem se esforçado para atender a parte dessas demandas.


“Estamos recebendo materiais, larvicidas e equipamentos. Mas é preciso muito mais. Inclusive, o uso de novas tecnologias pode ajudar nesse processo”, afirmou.


Por fim, o presidente do sindicato reforçou que o papel da população é essencial no combate à dengue. “Mesmo que a visita demore 45 dias, o morador precisa manter o quintal limpo e os recipientes fechados. O mosquito é doméstico. Cada cidadão tem sua responsabilidade”, concluiu.

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