Feira de Santana| Cultura | “Minha Voz” Jovem poetisa de Feira de Santana transforma vivências em arte e resistência

Aos 15 anos, Luma Luz celebra a ancestralidade, combate o racismo e inspira outras meninas negras com poesia, atitude e sonhos de palco.

Feira de Santana| Cultura | “Minha Voz” Jovem poetisa de Feira de Santana transforma vivências em arte e resistência
📸Onildo Rodrigues

Desde os cinco anos, Luma Luz já entendia que sua voz poderia ecoar longe. Nascida e criada em Feira de Santana, ela iniciou sua trajetória artística ainda criança, criando vídeos no YouTube com a família. Hoje, aos 15, a adolescente se destaca como poetisa e idealizadora do projeto “Minha Voz”, que une arte, representatividade e resistência negra.


O gosto pela criação surgiu cedo. Aos 11 anos, Luma começou a escrever poesia, e já soma mais de mil textos autorais. “Tudo o que trago nos meus poemas é vivência, é sentimento”, afirma. Sua escrita trata de autoestima, ancestralidade, racismo e o orgulho dos traços negros. Uma de suas poesias nasceu após uma colega sofrer racismo na escola por ter o cabelo crespo. “Fiz esse poema pra ela e para todas as crianças saberem que são perfeitas do jeitinho que são.”


Entre versos e apresentações, Luma dá vida ao projeto Minha Voz Qual, que começou a se formar ainda na infância. A iniciativa busca valorizar a identidade negra, principalmente das mulheres. “Trago vozes de mulheres, trago representatividade. Meu povo, o talento do meu povo, os meus essenciais”, resume.

Poetisa, Luma Luz - 📸Onildo Rodrigues 

Seu maior sonho é ser atriz. “Thaís Araújo e Lázaro Ramos são inspirações. Quero seguir esse caminho também.” Recentemente, teve a oportunidade de cantar ao lado de um artista, mas por ser menor de idade, as participações ainda são limitadas. “Mesmo assim, foi um momento maravilhoso para mim.”


A jovem reconhece os desafios de viver da arte em Feira de Santana. “A gente sabe a luta que é o reconhecimento aqui, mas meus pais, irmãos e toda minha família são minha base. Quem seria eu sem o apoio da minha gente?”, questiona.


“Peruca, peruquinha, das longas, das curtas, das de todo tipo — sempre serão cabelo.

Cabelo verde, vermelho, branco, amarelo, azul…

Cada cabelo tem sua história.

Então não fala do meu cabelo, não. Eu amo ele do jeitinho que ele é.”


Com talento, força e um discurso afiado, Luma Luz mostra que sua voz já ecoa forte — e ainda vai muito mais longe. “Se todos nós fôssemos iguais, que graça teria?”, ela questiona, encerrando com a convicção de quem nasceu para brilhar.


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