Feira de Santana | Marcha para mulheres 2025 | Feira de Santana sedia o 2º encontro preparatório para Marcha das Mulheres Negras 2025
Evento realizado na Escola de Tempo Integral, no bairro Aviário, reúne representantes de diversas regiões da Bahia com foco na pauta da reparação e do bem viver.
Está sendo realizado neste sábado (19), durante todo o dia, na Escola de Tempo Integral do bairro Aviário, em Feira de Santana, um encontro preparatório para a Marcha das Mulheres Negras 2025. A atividade integra a caravana estadual do movimento e tem como tema central “Por Reparação e Bem Viver”.

Karine Teixeira Damasceno - Representante Marcha das Mulheres Negras 📸Onildo Rodrigues
De acordo com Karine Teixeira Damasceno, uma das representantes do movimento, o encontro reúne mulheres de diversas regiões da Bahia e tem como objetivo discutir estratégias para a mobilização nacional prevista para o dia 25 de novembro, em Brasília. “Estamos construindo um processo coletivo, com formações em vários territórios do estado. Hoje é a vez do Portal do Sertão abrir as portas para esse debate”, explicou.
A pauta da reparação, segundo Karine, vai além das ações afirmativas já conquistadas e busca reparar, de forma ampla, os danos históricos causados à população negra. “Queremos um projeto de reparação que atenda à diversidade da sociedade brasileira, que é majoritariamente negra. Esse debate está sendo retomado em várias partes do país, inclusive nas universidades e nos grupos de pesquisa”, afirmou.

Sueli Santos - Rede de Mulheres da Bahia 📸Onildo Rodrigues
Sueli Santos, da Rede de Mulheres Negras da Bahia, destacou que o movimento pretende levar um milhão de mulheres a Brasília. “A marcha vai entregar um documento atualizado à presidência da República. A ideia é apresentar propostas de um novo modelo de desenvolvimento, com foco nas mulheres negras, suas realidades e demandas”, pontuou.
Ao longo do dia, a programação inclui apresentações culturais, rodas de conversa e grupos de trabalho temáticos. Durante a manhã, houve apresentação da jovem poetisa Luna Luz, seguida por uma roda de conversa com lideranças do movimento. Entre elas, Karine Damasceno abordou a trajetória da organização das mulheres negras no Brasil, enquanto Sueli Santos falou sobre as estratégias de mobilização para a Marcha Nacional.
Outro destaque foi a participação de Amanda Oliveira, jovem quilombola que trouxe a perspectiva das juventudes negras e o papel do protagonismo jovem na construção da luta por equidade. “É fundamental que as jovens estejam nesse processo, construindo junto, sendo ouvidas e protagonizando esse movimento que é delas também”, afirmou.
A parte da tarde será dedicada aos grupos de trabalho, onde as participantes discutirão as expectativas e desafios da marcha, considerando diferentes realidades: mulheres negras trans, quilombolas, trabalhadoras domésticas, professoras, moradoras do interior e de periferias urbanas. A proposta é construir, de forma colaborativa, uma agenda que represente a diversidade das experiências vividas por essas mulheres.
O evento também promove momentos de integração e partilha, como o café solidário e o almoço coletivo, com uma feijoada oferecida pela organização local. O encerramento contará com uma roda de samba, reforçando a valorização da cultura como instrumento de resistência e afirmação da identidade negra.
Para Sueli Santos, além de fortalecer a organização política, esses encontros são espaços de reencontro, acolhimento e formação. “A construção da marcha não é só o ato final em Brasília. É no dia a dia, nesse trabalho coletivo, que se constrói a verdadeira transformação social”, concluiu.




📸Onildo Rodrigues
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