Política | Governador critica tarifa dos EUA e defende soberania do Brasil: “Não somos quintal de ninguém”
Medida anunciada por Washington afeta diretamente exportadores brasileiros; vice-governador da Bahia cobra reciprocidade e reforça apoio à postura firme do presidente Lula
O governador da Bahia, Jerónimo Rodrigues, fez um pronunciamento contundente ao comentar as novas tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. Segundo ele, a medida afeta diretamente a economia nacional, especialmente os pequenos produtores do agronegócio, e coloca em risco contratos já firmados com o mercado internacional.
“O Brasil não será nem terreiro, nem quintal dos norte-americanos. Somos um país soberano e não vamos aceitar interferência de ninguém sobre as nossas decisões internas”, declarou.
O discurso foi feito após reuniões com representantes da indústria, agronegócio e comércio, na Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), em Salvador. O vice-governador relatou preocupação com o impacto direto sobre a fruticultura e a apicultura, setores responsáveis por milhares de empregos no estado.
“Imagine um produtor de manga, mel ou pescado que firmou contrato sob uma regra e, de repente, no meio do jogo, a regra muda. Contêineres estão paralisados. E muitos desses produtores são agricultores familiares. Não dá para aceitar isso calado”, disse.
Além de defender o posicionamento do presidente Lula, que sugeriu medidas de reciprocidade contra os Estados Unidos, o vice-governador fez questão de destacar que o Brasil não se dobrará a pressões externas.
“Lula foi à Argentina discutir políticas tarifárias e fortalecer o Mercosul, mesmo com um governo de lá que não dialoga com a América Latina. Ele atua com diplomacia e respeito. Já os EUA tentam agir como donos do mundo. Não vamos permitir. O Brasil tem governo, tem povo e tem dignidade.”
Patriotismo sem distorção
Em meio ao debate sobre soberania nacional, o vice-governador também criticou setores políticos internos que apoiaram o tarifaço americano. Sem citar nomes diretamente, condenou declarações que, segundo ele, “defendem interesses estrangeiros em detrimento do povo brasileiro”.
“Vi um brasileiro defender essas tarifas como se fosse um castigo porque o pai dele está sendo julgado no Brasil. Isso é absurdo. Quem faz isso está contra o povo, contra os empregos, contra o país.”
Ele encerrou o discurso reforçando seu compromisso com os símbolos nacionais:
“Sou patriota. Amo essa pátria. Ninguém vai tirar de nós a bandeira, o hino ou as cores verde e amarela. Elas pertencem ao povo brasileiro, e não a um grupo político.”
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