Denuncia | Racismo no esporte | Secretária da Igualdade Racial alerta sobre racismo no esporte: “É crime e precisa ser denunciado”
Ângela Guimarães defende ações permanentes de combate ao racismo em todas as modalidades esportivas e destaca que o futebol ainda reflete desigualdades estruturais
A secretária estadual da Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais, Ângela Guimarães, voltou a destacar a urgência do combate ao racismo no ambiente esportivo. A declaração foi feita após a recente denúncia de injúria racial contra um goleiro em Feira de Santana, durante partida oficial do Campeonato Baiano da Série B.
Segundo Ângela, o caso ocorrido na cidade não é um episódio isolado, mas reflexo de uma estrutura que persiste, inclusive em espaços de grande visibilidade como o futebol.
“Infelizmente, não é um caso isolado o que aconteceu em Feira. A gente está vendo, em plano global, como o Vinícius Júnior, esse grande craque da nossa seleção, tem sido um porta-voz internacional contra o racismo. Ele já foi premiado pela FIFA e reconhecido por outros organismos por denunciar essa persistência que ainda existe, mesmo com o protagonismo de jogadores negros, latino-americanos e africanos”, afirmou.
A secretária destacou que a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial tem atuado com campanhas educativas, a exemplo do projeto “Cartão Vermelho ao Racismo nos Esportes”, que visa sensibilizar federações, atletas e torcedores.
“Sabemos que no futebol o debate já está mais estabelecido, mas o racismo acontece de forma velada em diversas outras modalidades. Precisamos lembrar que racismo é crime. Foi considerado contravenção penal pela Lei Afonso Arinos, em 1951, e passou a ser crime inafiançável e imprescritível com a Lei Caó, de 1989. Portanto, é preciso denunciar”, reforçou.
Equipamentos de apoio às vítimas
Ângela Guimarães também lembrou que o Estado oferece suporte às vítimas por meio de equipamentos públicos como o Centro de Referência Nelson Mandela e a Delegacia Especializada de Enfrentamento ao Racismo e à Intolerância Religiosa, localizada em Salvador. Ela citou ainda uma cooperação técnica com a Secretaria de Segurança Pública para a capacitação de delegados, investigadores e escrivães, garantindo melhor acolhimento às denúncias.
“A nossa meta é ampliar o número de registros para que os casos não fiquem impunes. Racismo é crime. Precisa ser combatido com rigor e enfrentado por toda a sociedade”, concluiu a secretária.

Comentários (0)