Bahia / São João de José / Cantor Daniel impõe barreiras ao trabalho da imprensa: excesso de controle ou medo de perguntas?
Restrição para imprensa
O cantor Daniel, conhecido nacionalmente por sua trajetória na música sertaneja, adota uma postura cada vez mais rígida no relacionamento com a imprensa. Em comunicado enviado aos veículos de comunicação, a produção do artista deixou claro: “Não fazemos atendimento à imprensa (qualquer veículo) nem antes nem após o show, apenas institucional se for o caso, e esta solicitação deverá ser autorizada pela produção do artista.”
A mensagem também informa que qualquer demanda de imprensa deverá passar obrigatoriamente por uma única assessora de imprensa, sediada no Rio de Janeiro, com autorização formal da produção. Ou seja, até mesmo para um simples pedido de informação, o processo é burocrático e restrito.
Uma política de comunicação que exclui a imprensa local
A decisão chama atenção não apenas pela rigidez, mas pela falta de abertura ao diálogo com a imprensa regional. Em cidades do interior, onde o carinho e a identificação do público com o artista costumam ser mais próximos, a blindagem de Daniel soa contraditória e desrespeitosa com os profissionais que ajudam a divulgar os eventos e que fazem a ponte direta com o público.
Em tempos onde a proximidade com os fãs é tão valorizada nas redes sociais, a postura da equipe do cantor parece ir na contramão de qualquer estratégia de comunicação moderna. Blindar o artista e limitar o acesso só a conteúdos institucionais pré-aprovados reforça uma imagem artificial e distante.
Controle de imagem ou medo de perguntas?
A dúvida que fica é: o objetivo é proteger a imagem ou evitar questionamentos? O jornalismo local cumpre o papel de informar, contextualizar e, muitas vezes, promover o próprio evento. Restringir esse trabalho enfraquece a cobertura e priva o público de informações autênticas.
Além disso, essa prática abre espaço para críticas legítimas sobre falta de transparência e controle excessivo da comunicação, atitudes que não combinam com a trajetória de um artista que sempre foi visto como acessível e carismático.
Quem perde no final? O público.
Ao adotar essa postura, Daniel e sua equipe limitam não apenas os jornalistas, mas principalmente os fãs, que deixam de ter acesso a conteúdos espontâneos, entrevistas humanizadas e informações de bastidores.
Num momento em que a liberdade de imprensa é cada vez mais debatida, decisões como essa precisam ser repensadas.

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