Feira de Santana / Denúncia / Pai denuncia falta de professor de matemática em escola municipal de Feira de Santana
O pai afirma que outros responsáveis também estão cientes do problema e se mobilizando, mas decidiu, por conta própria, acionar a imprensa para dar visibilidade à situação.

Alunos da oitava série do Colégio José Tavares Carneiro, no distrito de Maria Quitéria, em Feira de Santana, estão há seis meses sem professor de matemática. A denúncia foi feita por Antônio César da Silva Ferreira, pai de um dos estudantes, que, indignado com a situação, decidiu recorrer à imprensa para expor o descaso do poder público com a educação básica.
Segundo Antônio, o problema se arrasta desde o início do ano letivo, sem qualquer perspectiva de resolução. A ausência do professor só ficou evidente para ele com a chegada do período de provas. “Fui olhar o caderno do meu filho e só tinha o nome da matéria, sem nome de professor. Um conteúdo foi passado, mas ele nem sabe por quem. E não vai ter nem prova. Como é que ele vai aprender assim?”, questionou.
A informação foi confirmada pela direção da própria escola, que admitiu estar ciente da situação e afirmou já ter repassado o caso à Secretaria Municipal de Educação. No entanto, até o momento, nenhuma providência concreta foi tomada. “A diretora me disse que passou para a Secretaria. Parece que é com o secretário Pablo, não sei ao certo. Mas até agora, nada. E quando resolverem, como é que vão recuperar seis meses perdidos? Aluno não é autodidata para correr atrás de tudo sozinho”, criticou Antônio.
A denúncia expõe não apenas a falha administrativa na reposição de professores, mas também revela a fragilidade do sistema educacional municipal, incapaz de assegurar o mínimo: aulas regulares de uma disciplina essencial como matemática. Além da falta de professor, o pai relatou outras irregularidades na unidade, como superlotação e falta de cadeiras, problemas recorrentes que comprometem o ambiente escolar.
Antônio também chama atenção para a falta de transparência e de comunicação entre a Secretaria Municipal de Educação e as famílias. Segundo ele, os responsáveis pelos alunos não receberam qualquer orientação oficial sobre a ausência de aulas ou medidas de compensação. “A responsabilidade é do prefeito e do secretário de Educação. O ano letivo está passando e os alunos estão ficando para trás, sem aprender uma das principais matérias da grade. Isso é um atropelo no processo de ensino”, afirmou.
Outros pais também estariam se mobilizando, mas, diante da inércia do poder público, Antônio decidiu agir sozinho para dar visibilidade ao problema. “Acredito que, sozinho, não tenho força. Mas a comunicação tem. Se nada for feito, talvez o caminho seja recorrer à Justiça. Porque isso não pode continuar.”
A situação abre espaço para uma série de questionamentos: quais medidas a Secretaria Municipal de Educação está tomando para resolver a falta de professores? Quais são os prazos para que os alunos tenham acesso regular às aulas? Haverá algum tipo de compensação ou plano de reposição do conteúdo perdido?
Até o fechamento desta reportagem, a Prefeitura de Feira de Santana e a Secretaria Municipal de Educação não haviam se pronunciado sobre o caso.
Com informações de Onildo Rodrigues
Por: Mayara Nailanne
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