Feira de Santana / Cuidado com Jovens e adolescentes / Coletivo Conceição destaca importância de investimentos em segurança pública com foco na juventude periférica

O coletivo atua com jovens de 12 a 29 anos, dando prioridade à população negra, que segundo dados de diversas pesquisas, é a mais afetada pelas violências letais no Brasil.

Feira de Santana / Cuidado com Jovens e adolescentes / Coletivo Conceição destaca importância de investimentos em segurança pública com foco na juventude periférica
📸Onildo Rodrigues

A coordenadora do Coletivo Conceição, Cláudia Rios, ressaltou, em entrevista, a relevância dos investimentos realizados pelo Governo do Estado na área da segurança pública, com foco na inclusão e acolhimento de jovens das periferias. Segundo ela, as ações não buscam apenas reforçar a proteção nas comunidades, mas também propor uma nova maneira de pensar e construir territórios mais vivos e participativos.


“Estamos falando de um modelo de segurança pública que escuta, acolhe e constrói junto. O governo tem dialogado conosco para pensar formas de fortalecer os territórios a partir das políticas públicas já existentes, com atenção especial à juventude periférica”, destacou Cláudia.


O Coletivo Conceição atua com jovens de 12 a 29 anos, dando prioridade à população negra — a mais afetada pelas violências letais no Brasil, conforme apontam diversas pesquisas. “A nossa prioridade são os jovens negros das periferias. É sobre combater as desigualdades e dar a esses jovens a chance de se verem como sujeitos potentes dentro de seus territórios”, reforçou.


Entre as atividades desenvolvidas pelo coletivo estão formações político-cidadãs, atendimento psicoterapêutico individual e familiar, além de ações de escuta e mobilização comunitária. Cláudia destaca que a saúde mental é um dos pilares fundamentais do trabalho: “É preciso que esse jovem compreenda quem ele é, de onde vem e para onde quer ir. A psicoterapia fortalece esse processo, ajuda a criar um sentimento de pertencimento e identidade”.


A coordenadora explica ainda que a atuação do Coletivo vai além das ações internas e se estende à articulação com outras políticas públicas, como saúde, educação, assistência social e segurança. “A gente não trabalha para a comunidade, a gente trabalha com a comunidade. Isso faz toda a diferença. Nossas ações externas têm gerado escuta qualificada, diagnóstico e envolvimento real da população”, enfatizou.


Apesar dos avanços, Cláudia reconhece que os desafios ainda são grandes. Segundo ela, um dos principais obstáculos é romper os marcadores sociais que dificultam o acesso pleno dos jovens aos seus direitos. “A violência e a desigualdade atravessam esses territórios e dificultam nosso trabalho, mas também nos impulsionam. A gente não desiste, porque sabe que cada vida importa.”


Ela finaliza com um convite à sociedade para olhar os jovens além de suas ações. “A sociedade costuma rotular o jovem pelo que ele faz. A gente olha para quem ele é. Ele é uma história, e é nessa história que precisamos acreditar.”


Com informações de Onildo Rodrigues

Por: Mayara Nailanne


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